domingo, 19 de abril de 2015

O que é ser competitivo?

Pessoal, a pedidos, hoje escreverei sobre o que podemos fazer para melhorar o currículo a fim de sermos mais competitivos na trilha à residência médica nos Estados Unidos. Vamos começar por uma verdade: a ordem de importância nos itens da application são: 1 – USMLE scores; 2 – LoRs (USCE); 3 – CV (pesquisa, publicações, trabalhos extra-curriculares, etc).

De longe, o mais importante são as notas no USMLE, sendo que a nota no Step 1 é considerada a mais importante, pois é a utilizada para nivelar os estudantes americanos (já que muitos deles ainda não fizeram o Step 2 a tempo para a aplicação). Em segundo lugar, temos a US Clinical Experience, o que vai te garantir as LoRs – cartas de recomendação. Em seguida o CV, aquele CV normal, em papel, com o resumo de quem você é em termos profissionais.

Cada pessoa é um individuo e não há formula para se descrever um currículo perfeito. Alguns pontos que a maioria dos programas querem que você tenha:

  • ·         Pesquisa: seja ela no Brasil ou nos EUA, com publicação em revista internacional. Muitos médicos já formados passam algum tempo fazendo research fellowship nos EUA. Alguns programas pagam seus participantes, facilitando que permaneçam no projeto até o fim. Se o que você deseja é fazer residência em um programa em hospital universitário, pesquisa e publicações são fundamentais. Suas chances de entrar em um hospital destes sem pesquisa é muito pequena. Nos hospitais comunitários, pesquisa ainda é importante, não tanto quanto nos universitários. Mestrados e doutorados podem ajudar muito nesse sentido.
  • ·         USCE: cada vez mais se fala na experiência clinica nos Estados Unidos. Aqui, lembrando, possuímos três modalidades: Clerkships – hands-on experience para (e somente para) acadêmicos de medicina; Observerships – modalidade na qual o médico já formado acompanha o serviço, sem possibilidade de hands-on; Externships – nesta modalidade, médicos já formados garantem a possibilidade do hands-on. Contudo, são raros os hospitais que oferecem o externship. Em qualquer das modalidades, o importate é conseguir boas (e fortes) cartas de recomendação de pessoas que conseguiram te acompanhar bem e possam falar de como você trabalha. Como dizem, cartas brasileiras pouco ajudam no processo, mas são melhores que nada. Se você realmente não conseguir a USCE, melhor enviar cartas brasileiras do que nada, mas acredito ser consenso: sempre tentem ter algum tipo de USCE e cartas americanas. Fará toda a diferença. Em um post futuro falaremos especificamente da USCE, como conseguir, empresas privadas, etc.
  • ·    Extracurriculares: as atividades extracurriculares sempre são bem avaliadas (quando pertinentes). Elas mostram que você tem outros interesses e esses interesses te valorizam muito como pessoa. Todas as atividades extracurriculares contam: projetos de extensão, treinamento profissional, palestras regulares a determinados grupos, etc. Hobbies também são importantes.
  • ·             Por fim, sugiro que tenham foco em determinada área / assunto. Uma pessoa com interesse em tudo pode ser vista como com interesse em nada também.



Be nerd and stay tuned! 

2 comentários:

  1. Olá, estou com 36 anos e 12 anos de formado. Apesar de um bom curriculo com mestrado, doutorado com um ano de estagio sanduiche no Kings College e durante a residencia fiz um mes de observership na Harvard, e trabalhar como médico concursado numa Federal fico me perguntando se teria chance no processo visto a minha idade (até conseguir ir estaria com quase 40!)

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  2. Meu amigo, não sou médico e sim engenheiro. Estou lendo este blog para ajudar minha filha a buscar este revalida. Mas posso te dizer uma coisa: idade nunca será barreira para nada. O mais importante é você acreditar neste sonho e buscá-lo. Somente você pode tira-lo de você.

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